domingo, 18 de abril de 2010

{Vivendo} Quando a noite começa




Eu não sou uma baladeira. Posso contar nos dedos da mão quantas vezes eu fui realmente a uma balada descente. Mas a minha escassa experiência nesse tipo de festa talvez tenha me dado algum conhecimento pra falar disso aqui.

Essa idéia me surgiu hoje, depois que eu acordei com uma bela ressaca. Ontem fui comemorar o aniversario da Talita, que estudou no colégio comigo durante dois anos, numa baladinha. Idéia dela, lógico. E devo ter exagerado um pouco.

Vamos começar assim então. Porque as pessoas, depois dos 18 anos e antes dos 23, costumam comemorar seus aniversários numa balada?

A resposta é muito simples, redução de gastos. Como diz a minha mãe. “Você vai pagar pra ir num aniversário?” Simplesmente sim. Seus amigos pagam pra entrar, pagam pra consumir, e você que esta fazendo aniversário simplesmente não paga nada. A vantagem é que você não tem que limpar a sujeira depois da festa. Não precisa se preocupar com convidados, e também não esquenta a cabeça com nada que possa acontecer quando você tem que organizar uma festa.

Infelizmente a organização de uma festa não é meu tema aqui, eu simplesmente odeio fazer festas, a gente se estressa muito. E as pessoas ainda saem falando mal.
Então, vamos ao assunto. A balada.

Quando você esta se arrumando, você simplesmente capricha na maquiagem, coloca a sua roupa mais estilosa. Mas se você é como eu que pretende sobreviver a noite toda com as pernas intactas e ser capaz de andar as seis horas da manha, você é uma adepta do “elegante, mas confortável”. Você coloca aquela roupa que não te incomodará a noite, sabe aquela que você não precisa ficar nem descendo a saia, ou arrumando o decote, porque convenhamos isso é a maior chatice. Passar mais tempo vendo se a roupa estiver no lugar certo do que realmente curtindo a noite. Depois de escolhida a roupa, você escolhe AQUELE sapato, que não é nem muito alto nem muito baixo, mas que é super estiloso e você sabe que não lhe dará bolhas nos pés.

Você pega a sua bolsinha e vai ao encontro das amigas, que como sempre estão atrasadas. E por incrível coincidência do destino vocês estão usando a mesma cor de roupa. Isso se as roupas não forem iguais. Você olha pro céu e se pergunta “por que até nessas horas temos que ser parecidas?”, bom é para isso que serve as amigas. Se você ainda estiver na casa de alguma delas você simplesmente obriga ela a trocar de roupa.

Todas prontas e logo pegam o caminho pra noite. Quando você chega na porta da casa noturna, depois de passar horas procurando uma vaga pra estacionar. Você olha pros dois lados e vê aquelas meninas. Sabe aquelas.... Com um minimicrovestido preto com salto quinze centímetros. Já que na realidade as meninas são tão pequenas que só assim vão parecer com mulheres. O caso é que todas elas andam juntas se apoiando uma na outra, porque correm o sério risco de caírem se derem mais de quatro passos sozinhas. E quando elas entrarem na balada e forem pro camarote, tem que tomar muito, mas muito cuidado. Porque quando elas estiverem lá em cima, e você ou qualquer outra pessoa da pista poderá ver tudo o que quer ver (no caso dos meninos) e o que não quer ver (meu caso) quando olha pra cima e vê que aquele pedaço de pano (vulgo microminivestido preto, ou como minha cunhada acabou de lembrar, aquele “vestido” que a Geyse, sabe aquela da faculdade, usou). Mesmo assim, nessa hora, não a parte do camarote e sim a que você vê as meninas pela primeira vez na rua, bate em você aquela pergunta “será que eu estou bem vestida?”, é um tipo de remorso que eu acho que todas as mulheres têm.


Em todo caso você, já esta lá e entra. Ainda tá meio vazio, porque você chegou um pouco antes da meia-noite. Você pega algo pra beber, pra dar uma acordada. Afinal de contas você passa a semana inteira dormindo às onze horas (não é o meu caso), e acordando as cinco horas da manhã (esse é o meu caso). Depois que você se anima um pouco a balada começa a bombar (geralmente depois das duas horas da manha) é gente pra todo lado em todo lugar. Você esta no ápice da balada. Esta tocando a melhor musica, você e suas amigas estão dançando até se acabar. Esta tudo indo bem. Quando aparece “ele”, puxando o seu braço.

“Ele”: garoto bem arrumado, mas nada bonito. E que mesmo assim se acha a ultima bolacha do pacote, que esta com a turma de amigos deles, todos já mais pra lá do que pra cá. E que já que ele se considera a ultima bolacha do pacote, acha que esta no livre direito de pegar o seu braço e puxar pra ele.

Quando você sente essa puxada de braço, você logo vai olhar quem é o dito cujo que fez isso. E já que você ainda não esta bêbada, você olha bem, mas muito bem para “ele”, e logo dá um chega pra lá nele. Esse tipo se repete ao longo da noite. Mas a noite ainda não acabou no quesito, paqueras e flertes. Eis que surge “aquele garoto”.

“Aquele garoto”: bonito, charmoso e cheiroso. Um pouco tímido. Geralmente em volta de um grupo de amigos com iguais qualidades. Eles sabe que tem potencial, e por isso não se rebaixa ao gesto de puxar o braço. Ele não gosta de levar um fora, e quando acha o alvo não o perde.

“Aquele garoto” aparece no seu campo de visão. Ele não vai puxar o seu braço, ele é sutil. Ele vai devagarzinho e com paciência pra chegar ao pote de ouro. E geralmente, quase sempre o consegue. Afinal de contas você não vai impedir ele de chegar ao seu objetivo, ele é “aquele garoto”. Você faz um charminho, da aquelas olhadinhas, mas o final é sempre o mesmo.

Depois de varias idas e vindas com “ele” e “aquele garoto”, dependendo do nível da balada e do material que tem lá. Você faz aquele ultimo brake, pra tomar algo. E quando você esta lá bebendo, seja lá o que você gosta de beber, você vê “aquele casal”.

“Aquele casal”: casal que acabou de se conhecer, mas esta desesperado para se pegar. Não param um minuto de se abraçar e beijar e passar a mão. Geralmente saem da pista,porque não conseguem se agarrar ao ritmo da musica.

“Aquele casal” é formado por uma das meninas do minimicro vestido preto com um menino da categoria “ele”, em tal estado de acoplação que você tem certeza que se ele abrir o zíper da calça.... você sabe que esta na hora de cair fora da li e:

1- Fazer render o resto da balada
2- Procurar outra balada que esteja rendendo
3- Ir para casa

Você decide que ainda da pra fazer a balada render mais uma hora, e continua no pique, mas quando você olha pro lado e vê outra menina do minimicrovestido preto com salto de 15 centímetros, e vê que ela já não esta com o salto alto e sim descalça naquele chão nojento, e o vestido dela simplesmente adquiriu vida própria. Você responde aquela pergunta que se fez antes de entra na balada “será que eu estou bem vestida?”, sim você não só esta, como seu traje e seu pé sobreviveram à noite toda.
Quando a balada já deu aquela esvaziada, você vê que já esta na hora de tomar o rumo de casa. Você e suas amigas. Seja lá como vocês voltarão para casa. Eu sugiro, obviamente de carro, mas de preferência com alguém que não seja você que esteja dirijindo, mas que esteja indo de preferência a SUA casa, já que você quer se deitar na SUA cama, não na da sua melhor amiga, nem no colchão no quarto dela. Você chega em casa e simplesmente capota.

E acorda hoje como eu. De ressaca, com dor de cabeça e com aquele maldito zumbido no seu ouvido , que provavelmente só passará amanhã.

Um comentário:

  1. otima resenha de uma balada..
    bem podemos ate acordar com ressaca, mas nossos pes estão vivos.

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